sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pressão e taxas de colesterol caem nos países mais ricos

Mesmo gordos, homens americanos têm índices de pressão mais baixos do globo; aqui, queda foi maior entre mulheres

Acesso a remédios nas regiões desenvolvidas pode explicar redução na proporção de hipertensos

DA EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE

O mundo está mais gordo, mas começa a controlar a pressão e o colesterol.
Entre 1980 e 2008, houve uma pequena queda na média global desses dois índices, segundo a pesquisa publicada hoje no "Lancet".
As regiões onde a queda da pressão foi mais expressiva estão no mundo desenvolvido: Estados Unidos e Canadá, especialmente entre os homens, e Austrália e Nova Zelândia, para as mulheres.
Mas o mundo tem ainda 1 bilhão de hipertensos (pessoas com pressão sistólica acima de 140 mmHg e diastólica além de 90 mmHg).
Os países no oeste africano estão no topo dos níveis de pressão, com média de 135 mmHg para mulheres e 138 mmHg para homens.
No Brasil, são as mulheres que levam os índices de pressão para baixo. Entre elas, a média caiu de 133,6 mmHg para 124,9 mmHg. Entre os homens, os números caíram de 136 para 133 mmHg.
O colesterol, que cai no mundo ocidental desenvolvido, está em alta no Oriente, com destaque para Japão e China, ainda que os índices continuem baixos em relação a outras regiões.
O problema é a mudança de estilo de vida, segundo o cardiologista Raul Dias dos Santos, diretor da área de lípides do InCor (Instituto do Coração).
"Há uma ocidentalização da dieta nesses países, com maior consumo de gordura saturada. Tradicionalmente, os habitantes dessas regiões têm um risco menor de doenças coronárias. O aumento do colesterol faz esse risco crescer."
A queda nos índices dos países ricos é creditada ao aumento do acesso aos remédios para controlar pressão e colesterol, hoje disponíveis como genéricos.
De acordo com o cardiologista, pesquisas anteriores mostram queda na mortalidade por infarto nos EUA nos últimos 30 anos. "Em 25% dos casos, a queda é explicada pela baixa do colesterol."
No Brasil, os índices de colesterol ficaram estáveis em um patamar acima do ideal.
Segundo o cardiologista, a maior dificuldade do tratamento é fazer o paciente tomar o remédio com regularidade. "Hoje, só tem colesterol quem quer. Pouquíssimos não respondem aos medicamentos."


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saude/sd0402201104.htm

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